Famílias que integram pessoas dependentes no autocuidado e os recursos utilizados pelas famílias e enfermagem de reabilitação

Resumo

Introdução: A evolução demográfica em Portugal é caracterizada por um envelhecimento populacional marcado, com elevados índices de dependência associados, representando um enorme desafio para famílias que integram pessoas dependentes, no domicílio. Torna-se importante, identificar os recursos e produtos de apoio facilitadores do autocuidado utilizados pelas famílias que cuidam destas pessoas.

Metodologia: Estudo exploratório, descritivo, transversal e de cariz quantitativo, amostra probabilística, aleatória. O instrumento de colheita de dados utilizado foi utilizado o formulário “Famílias que integram dependentes no autocuidado”.

Resultados:  Foram incluídas 35 famílias que integravam pessoas dependentes no autocuidado. O número de pessoas dependentes foi de 37, 54,1% do género feminino, viúvas e com idade média de 83,1 anos (±9,9 anos). A dependência foi de instalação gradual (73%) devido ao envelhecimento e doenças crónicas e durava, há cerca de 4,2(±4,8) anos. Os cuidadores eram 80% do género feminino, casados, filhos da pessoa dependente e idade média de 65,6 anos (±10,1 anos). A taxa global de recursos utilizados foi de 50,4%, com maior expressão nos autocuidados de tomar medicação, andar e uso do sanitário (média-73,8%), e os de menor utilização relacionados à mobilidade: elevar-se, virar-se e transferir-se (média - 25.1%).

Discussão: Existe uma subutilização dos recursos/produtos de apoio por parte das famílias que é condizente com a literatura. O estudo alerta também, para maior valorização de autocuidados relacionados com aspetos vitais e de sobrevivência. As famílias indicam a falta de conhecimentos sobre o seu funcionamento como causa para não utilizarem, demonstrando a importância da literacia.

Conclusão: O EEER é fundamental na capacitação do cuidador para a seleção e utilização dos recursos/produtos de apoio adequados, devendo esta prática ser disseminada.