Barreiras e critérios percecionados pelos médicos de medicina geral e familiar na referenciação para reabilitação respiratória nos cuidados de saúde primários
DOI:
https://doi.org/10.33194/rper.2024.36144Palavras-chave:
Reabilitação respiratória, Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica, Médicos de Família, Encaminhamento e Consulta, ReabilitaçãoResumo
Introdução: A doença pulmonar obstrutiva crónica abrange componentes farmacológicos e não farmacológicos. O componente não farmacológico mais custo-efetivo é a reabilitação respiratória, uma intervenção indidualizada e abrangente, incluindo exercício físico, educação e mudança de comportamento, para melhorar a condição física e psicológica e promover a adesão a comportamentos saudáveis a longo prazo.
O objetivo deste estudo foi compreender os hábitos e barreiras percebidas pelos médicos de família portugueses ao encaminhar pessoas com doença pulmonar obstrutiva crónica para reabilitação respiratória.
Metodologia: Conduziu-se um estudo transversal para avaliar o conhecimento, práticas de referenciação e as barreiras percebidas pelos médicos de família em relação à reabilitação respiratória através de um questionário online.
Resultados: Foram obtidas 61 respostas, das quais 31,1% (n=19) dos participantes nunca referenciaram para reabilitação respiratória. Dos que referenciaram, o critério mais utilizado foi a limitação funcional 78,5% (n=33). Este critério foi considerado extremamente importante para a referenciação por 64% (n=39) dos participantes deste estudo.
Discussão: Para aumentar o encaminhamento para reabilitação respiratória, os médicos devem estar consciencializados sobre as vantagens destes programas. A divulgação dos programas existentes é essencial para garantir que sejas conhecidos. As informações da avaliação do impacto dos programas na condição da pessoa devem ser compartilhadas com o referenciador.
Conclusão: A falta de programas de reabilitação respiratória disponíveis, a baixa adesão da pessoa com doença pulmonar obstrutiva crónica ,a ausência de feedback dos resultados de programas anteriores e a falta de conhecimento dos critérios de referênciação são as barreiras mais percebidas pelos médicos de família.
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